Nasce a coleção AKIPOETA

A AKIARA inicia AKIPOETA, uma coleção dedicada à poesia e à beleza dos detalhes, com um formato vertical, títulos escritos à mão, papel rugoso, encadernação com fio à vista (mais artesanal, que permite abrir o livro completamente) e textos e ilustrações muito cuidados, criando um conjunto cheio de delicadeza e sensibilidade que nos convida a redescobrir a magia da vida e a beleza dos pormenores.

 

Coração de pássaro é o primeiro título da coleção AKIPOETA, escrito pela poeta valenciana Mar Benegas e ilustrado pela artista portuguesa Rachel Caiano (com tradução de Maria João Moreno). Trata-se de um conto muito belo sobre o nascimento da poesia e do amor. Mostra-nos um universo poético onde tudo é possível, cheio de metáforas e imagens sugestivas, potenciadas por ilustrações espontâneas e inocentes, feitas integralmente com pincel e apenas três cores (o preto, o vermelho e o azul).

A Nana nasce numa ilha. Coração de pássaro fala-nos de como ela aprende a escutar o diálogo das pedras com as ondas e a colecionar tesouros que vai encontrando na praia. Um dia, a professora diz-lhe que todos esses tesouros que ela guarda e tudo o que sente, que tudo isso se chama poesia. A Nana quer mais poesia, e decide sair à procura dos poetas, mas na cidade não os encontra. Por sorte, vai trocando cartas com o Martim, o filho do padeiro, que tinha ficado na ilha. A vida vai fazer com que a Nana descubra o amor e a poesia.

Debaixo das pedras é um canto aos pequenos detalhes e às maravilhas da natureza, escrito pela editora Arianna Squilloni e ilustrado por Laia Domènech (com tradução de Maria João Moreno). Parte, tal como explica na Introdução, das recordações que a autora tem da aldeiazinha do norte de Itália onde passava férias com os avós. Estas lembranças de episódios na natureza aparecem em cada poema, com o tom curioso, surpreendido e muitas vezes divertido de uma menina. As ilustrações, evocativas e cheias de sensibilidade, deixam respirar o branco do papel e a beleza do texto.

A pequena protagonista de Debaixo das pedras vai olhando para tudo com atenção e curiosidade, num esforço por entender a natureza com a sua imaginação. Os poemas, cheios de inocência, falam-nos do debate das rãs, do sentido de orientação dos javalis, do banquete das lesmas ou da magia dos pirilampos. Porém, não falta realismo, como no dia em que as vacas fogem ou quando uma doninha entra no curral.

 

Depois de um confinamento que nos privou do contacto com a natureza, esta coleção convida-nos a parar e a contemplar, a saborear a beleza dos pormenores, a fazer voar a imaginação e a recuperar a primavera que perdemos. Trata-se de dois livros que têm gosto a cerejas, a terra e a mar; dois livros para ler, observar, cheirar e tocar.